terça-feira, 23 de outubro de 2012

Do cartão ao refrigerante: para que serve a tecnologia M2M


Conhecida como M2M, a comunicação machine to machine (máquina à máquina) engloba diversos serviços e várias funções e vem passando por um grande crescimento, inclusive no Brasil. Com sofisticados sistemas sem fio, é possível desde realizar uma compra com máquinas de cartão de crédito até rastrear um veículo roubado. "No mercado M2M, existem sistemas com as mais diversas funcionalidades que se comunicam entre si, e já é possível manter a interatividade em vários casos", destaca Ricardo Buranello, diretor-presidente na América Latina da Telit, empresa especializada em serviços neste mercado.

Um maior domínio e desenvolvimento dos sistemas M2M permite atender às demandas de empresas de diversos setores, desde seguradoras até fabricantes de equipamentos médicos e fornecedoras de máquinas de refrigerantes. Para as primeiras, é possível utilizar serviços de telemetria para rastrear veículos em casos de roubo e controlar diferentes informações do automóvel, como temperatura e padrão de direção do motorista, detectando até mesmo quando o carro está sendo dirigido por outra pessoa. "O mercado de M2M acaba fomentando as próprias indústrias e gerando ganhos sociais, como economia de recursos naturais. As distribuidoras elétricas conseguem controlar o consumo de energia dos usuários, reduzindo seus índices de perda e possibilitando que os consumidores utilizem esse serviço de forma mais consciente", exemplifica Buranello.

Segundo o gerente de regulamentação de serviços móveis da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Nino Pasquali, os serviços de M2M não contam com uma definição oficial, justamente por estarem relacionados com diferentes serviços nos mais variados segmentos. "Existem muitas vertentes sobre o conceito de M2M, mas geralmente é definido como algo sem intervenção humana, e o conceito clássico de um terminal pequeno que consome pouco espaço na rede já não é algo que devemos adotar. A tendência é que englobe qualquer tipo de capacidade de dados, tanto aplicações com tamanhos pequenos quanto terminais com um consumo enorme", analisa.

Pasquali destaca também que a Lei 12.715, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 17 de setembro deste ano, que diminuiu a taxa fiscal para instalação de terminais móveis de R$ 26 para R$ 5,68, incluindo os de máquina à máquina, garantiu uma importante regulamentação para o mercado, além de possibilitar uma maior expansão do segmento. "A lei trouxe uma incumbência de lidar oficialmente com a questão e foi muito benéfica pela garantia da desoneração fiscal, que se encaixa na perspectiva de aumento de serviços. Enquanto hoje temos cerca de 250 milhões de terminais M2M, para 2020, a expectativa é termos entre 700 milhões e 800 milhões", ressalta.


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